quinta-feira, 8 de maio de 2008

O que sonharam hoje?


Todas as pessoas na terra sonham todas as noites - todos os mamíferos, de facto sonham todas as noites. É muito importante que sonhemos enquanto dormimos ou acordados, não obstante no mundo industrializado, a maioria das pessoas prestarem pouca atenção aos sonhos, às vezes, eles próprios podem criar possiveis mudanças. Na nossa sociedade, muitas vezes dormir e sonhar é visto como uma perda de tempo, ou na melhor das hipóteses tempos improdutivos. É espantoso como nós geralmente ignoramos esta nossa faceta de nós próprios, os nossos sonhos.
Uma analogia apropriada para a grandiosidade deste fenómeno era a incrível não aceitação, na Idade Média, de que a terra era redonda. O ponto de observação de Galileo dos outros planetas e suas luas ou as viagens de Colombo ou de outros exploradores através do oceano provaram efectivamente o contrário. As pessoas através da sua experiência quotidiana contrariavam a ideia de uma Terra esférica porque não tinham uma perspectiva de fora do sistema.
Do mesmo modo, os sonhos situam-se numa outra dimensão inteira de experiências, um mundo que ainda não foi explorado pela maioria das pessoas, onde uma fascinante esfera de actividade aguarda um inquérito e uma eventual colheita de uma maior satisfação em vigília pela vida. O desafio é novamente o mesmo - a experiência diária para a maioria das pessoas oferece pouca prova desta outra realidade, muito menos o valor possível da outra dimensão, desta experiência, a menos que se possa ter uma perspectiva apenas fora das 9h às 18h e um objectivo de natureza puramente científica do sistema.
As aptidões mentais relacionadas com os sonhos ou com as recordações ou com a interpretação de informações sobre temas como o significado de pesadelos e sonhos cognitivos nunca é um tema muito abordado e pouco valor damos aos sonhos ao longo das nossas vidas.
Por isso, não é invulgar que muitos adultos não se lembrem dos sonhos, e ainda mais raramente contemplem ou tentem definir a orientação ou a inspiração criativa escondida abaixo da superfície da sua consciência.
No fundo, ninguém nos disse ou mostrou como os sonhos podem ser extremamente práticos. Por exemplo, se o seu filho tem constantemente pesadelos ou sonha muitas vezes com algo identico isto pode significar que um problema o persegue, um medo. Por outro lado, os sonhos podem-nos ajudar a descobrir as nossas verdadeiras aptidões e vocações, é interessante tentarmos comparar os sonhos de um matemático ou de um filosofo, ou de um designer, ou de um poeta e veremos como o seu cerebro estará naturalmente vocacionado para um raciocinio lógico ou abstracto, colorido ou incolor, etc.
O resultado da tendência de desrespeitar/não validar os sonhos trouxe, em minha opinião, à sociedade actual concepções erradas sobre o valor dos sonhos que não só são cruciais para a actividade cerebral mas também representam uma conexão com o nosso verdadeiro Eu subconsciente e profundo. Este mundo para muitos artificial é indirectamente, ou mesmo directamente a fonte de inspiração para muitos dos nossos artistas, escultores, escritores, poetas, pintores, designers, etc.
Uma solução para um reequilíbrio e integração pessoal será cada um de nós perceber e começar a analisar de que forma os nossos sonhos pessoais a cada noite serão uma oferta directa, um meio para explorar e ganhar uma realidade interior única, bem como inegáveis experiências pessoais de profundo valor.

Além disso, há que pensar que a esmagadora dos sonhos podem ser aplicados de várias maneiras para melhorar a nossa vida, recordando Shakespeare "Tive uma visão extraordinária. Tive um sonho, que não há entendimento humano capaz de dizer que sonho foi. Não passará de um grande asno quem quiser explicar esse sonho. Parece-me que eu era... Não há quem seja capaz de dizer o que eu era. Parece-me que eu era... e parece-me que eu tinha... Só um bufão maltrapilho seria capaz de tentar explicar o que me pareceu que eu era. Não há olho de homem que tenha visto, nem orelha de homem que tenha ouvido, nem mãos de homem que tenham gostado, nem língua que haja concebido, nem coração que haja relatado o que foi o meu sonho. Vou pedir a Peter Quince que escreva uma balada a respeito desse sonho, que receberá o título de "O sonho de Bottom", por ser um sonho embotado, e a cantarei no
fim da peça, diante do duque. É possível, até, que, para deixá-la mais graciosa, eu a cante depois da morte de Tisbe."
Os sonhos podem realmente oferecer oportunidades de diversão, aventura, desejo cumprimento, criatividade, visão profunda de nós mesmos e do mundo, que podemos usar para criarmos tudo o que quiseremos como uma forma de exprimir os nossos sentimentos- e tudo isto sem qualquer custo!


O que sonharam hoje?

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