sábado, 19 de janeiro de 2008



Como uma vela bruxuleante
nas sombras brilhantes de uma escuridão perene
ou uma fresca dança exótica que alegra, sozinha,
uma sala de negras monotonias,
a sua alvura amarela manchada
surgiu, ela própria manchando,
a escuridão imaculada dos pirilampos.

Ergueu-se
Dourada, avermelhada
de um horizonte de sombras nocturnas,
para, com um pálido dourado,
se esconder num manto de negrumes,
pintando-o de mil sombras luminosas:
Timidas projecções da fecunda luz solar
Reflectida!

Arrasador de mentes e corações!
No seu circulo temivel de magia,
criador de desejos,
tentador de hereges,
corrompe para o mundo das sombras
a pureza da luz!
Quantas vezes maldito!...
Quantas vezes sonhado e desejado!...
Para ser abandonado à sorte
de quem nada tem e
nada pode fazer.
Indiferente...

Levantei-me hoje
no misticismo dos segredos
que a natureza reserva ainda.
Ergui-me do buraco
que a mente humana criou.
Inadvertida e ignorante.
Surge-me de novo com esplendor
e evocador de estranhos medos,
receios esquecidos...

Sentimento esquecido!...
Sonho desfigurado!...
Mostra de novo a sua face.
Tenta mais uma vez
Com os olhos fechados
Iluminar-me a escuridão
E abrir-me as portas da luz!
Revela-me novamente
os mil segredos escondidos
Na Natureza recatada.
Corrompe-me para esse mundo,
Secreto e desconhecido!

Ilumina-me o caminho,
Sabio de outros tempos,
antes que a aurora se levante,
antes que a aurora redesenhe
este mundo de doces escuridões,
e me dê o sentido perdido
da luz de mil amanhãs
esquecidas nas memorias.
Que ilumine o meu caminho...
O Amor!!!...

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